
A Justiça do Amazonas decidiu não conceder liberdade aos empresários Cleusimar de Jesus Cardoso e Ademar Farias Cardoso Neto, familiares da ex-sinhazinha do boi Garantido Djidja Cardoso, encontrada morta em maio deste ano. A decisão foi proferida pela juíza Roseane do Vale Cavalcante Jacinto, que entendeu não haver ilegalidade na manutenção das prisões.
Os pedidos apresentados pela defesa tinham como base a demora no andamento do processo, especialmente após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reunir em um único procedimento quatro ações penais relacionadas ao caso. Apesar da expectativa de julgamento ainda em dezembro, a análise não ocorreu dentro do prazo previsto.
Ao examinar o pedido, a magistrada avaliou que o tempo de tramitação está compatível com a gravidade dos fatos apurados e com o número de réus envolvidos na investigação, afastando a alegação de excesso de prazo. Com isso, foi determinada a permanência dos acusados no sistema prisional, inclusive durante o período de festas de fim de ano.
A decisão também alcança outros investigados, entre eles Hatus Moraes Silveira, José Máximo Silva de Oliveira e Sávio Soares Pereira, cujos pedidos de soltura foram igualmente negados. Já Verônica Seixas continuará sendo monitorada por tornozeleira eletrônica, após a Justiça negar solicitação para retirada do equipamento.
O grupo é investigado por envolvimento em um esquema de aquisição e uso irregular de cetamina, medicamento de uso veterinário com efeitos no sistema nervoso central. Conforme o Ministério Público do Amazonas, a substância teria sido utilizada de forma contínua e abusiva, o que pode ter provocado a morte de Djidja Cardoso, ocorrida em 28 de maio de 2024.
Embora parte dos réus tenha sido condenada em primeira instância a penas superiores a dez anos de prisão, a sentença foi anulada após o Tribunal de Justiça identificar falhas no andamento do processo. O caso permanece sob análise do STJ, que ainda deve definir uma data para julgamento.
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