O caso da morte de Paloma Nicole Arellano Escobedo, de apenas 14 anos, gerou comoção e revolta no México. A adolescente morreu em 20 de setembro, após complicações decorrentes de um combo de cirurgias estéticas realizadas pelo cirurgião plástico Víctor Manuel Rosales Galindo, namorado de sua mãe, Paloma Escobedo Quiñónez.

Segundo as autoridades, a jovem passou por implante de seios, lipoaspiração e um BBL (lifting de glúteos com gordura). Durante o procedimento, sofreu complicações, ficou uma semana internada em estado grave, foi entubada, entrou em coma induzido e morreu em decorrência de parada cardiorrespiratória e edema cerebral.

Pai só soube no funeral

O pai da adolescente, Carlos Arellano, afirma que não foi informado sobre a cirurgia. Segundo ele, a mãe da menina mentiu dizendo que Paloma estava com Covid-19 e viajaria para a serra.

“No funeral, alguns parentes comentaram que os seios dela estavam maiores. Pedi para examinar e confirmamos que havia implantes. Temos fotografias das cicatrizes”, relatou o pai em entrevista.

Certidão de óbito contestada

O registro oficial de óbito apontava edema cerebral por doença respiratória como causa da morte. O pai, no entanto, acusa a mãe e o cirurgião de falsificação e tentativa de encobrir a verdade.

“A certidão foi entregue imediatamente, algo incomum. Não sei como conseguiram tão rápido”, afirmou Carlos.

Prisão da mãe e do cirurgião

No último sábado (27/9), a mãe da adolescente e o médico foram presos preventivamente. Eles são investigados por:

Omissão de cuidados;

Falsificação de documentos;

Fraude;

Usurpação de funções.


A promotora Sonia Yadira de la Garza classificou o caso como uma “conspiração”. De acordo com a investigação, o cirurgião teria assinado documentos como se fosse tutor legal da jovem, enquanto a mãe teria autorizado procedimentos sem ter a guarda legal.

Há ainda a suspeita de que a mãe, que trabalhava no consultório do namorado, atuava em cirurgias sem ter formação como enfermeira.

Investigações em andamento

O médico teve a licença suspensa e responde a investigação interna. O Ministério Público de Durango avalia incluir a acusação de homicídio no processo.

Enquanto isso, a família paterna exige justiça e denuncia que a adolescente foi vítima de negligência e irresponsabilidade, tanto da mãe quanto do cirurgião.


O caso levanta debate sobre os riscos de cirurgias estéticas em menores de idade e a responsabilidade ética de profissionais de saúde no México.

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