A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagrou, nesta semana, a Operação Holograma, considerada a primeira no estado a investigar o uso de plásticas digitais com Inteligência Artificial para a prática de estelionatos. A ação resultou no cumprimento de mandados de prisão e busca em três estados brasileiros, desarticulando uma organização criminosa responsável por golpes milionários.

A operação contou com o apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil de Ribeirão Preto/SP e da Delegacia Regional da Polícia Civil de Uberlândia/MG, sob coordenação do delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus.

O golpe digital

Segundo as investigações, iniciadas há dois meses em Manaus, o grupo criminoso utilizava a técnica conhecida como plástica digital, que consiste em sobrepor digitalmente os rostos das vítimas em fotos e vídeos. Essa manipulação permitia que os criminosos burlassem sistemas de biometria facial, especialmente em processos de autorização de financiamentos bancários.

Com o esquema, a quadrilha conseguiu adquirir dezenas de veículos utilitários de forma fraudulenta em pelo menos cinco estados brasileiros, incluindo o Amazonas. Durante a operação, três veículos zero quilômetro totalmente financiados foram apreendidos, além de celulares, computadores e documentos.

Prisões

Foram cumpridos ao todo:

02 mandados de prisão preventiva,

01 de prisão temporária,

04 mandados de busca e apreensão.


Em Ribeirão Preto (SP), foram presos João Gregoletto Neto e Andressa Cristina de Melo Feitoza. Já em Uberlândia (MG), foi presa temporariamente Luana Paula Alves Quirino, que já responde a processo por tentativa de homicídio ocorrido em 2016, em uma disputa de terras na zona rural da cidade.

Conexão com o crime organizado

Uma das linhas de investigação aponta que o grupo pode ter vínculos com uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas no Sudeste, utilizando os veículos adquiridos de forma fraudulenta para o transporte de entorpecentes.

Contexto nacional

Casos semelhantes já haviam sido registrados pela Polícia Federal, como na Operação Face Off, em maio deste ano, que desmantelou um grupo especializado em clonagem facial para fraudes na plataforma GOV.BR.

Em outubro de 2024, o apresentador Marcos Mion também foi vítima de criminosos que clonaram seus dados faciais para aplicar golpes.

Crimes imputados

Os investigados responderão pelos crimes de:

Estelionato

Associação Criminosa

Falsificação de Documentos

Falsidade Ideológica


Todos os presos foram encaminhados a audiências de custódia em suas respectivas comarcas e seguem à disposição da Justiça.

Divulgação

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