A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com o apoio do Departamento de Inteligência e Polícia Judiciária (DIPJ), prendeu em flagrante, na quarta-feira (16/07), dois militares das Forças Armadas, de 27 e 28 anos, pelos crimes de estelionato eletrônico e lavagem de capitais.


A ação policial resultou na interrupção de um esquema que causou prejuízo superior a R$ 5 milhões a uma instituição financeira.

De acordo com o delegado Ivo Martins, titular do 19º DIP, as investigações tiveram início após denúncias sobre fraudes praticadas pela dupla por meio de transações online. “Os suspeitos realizavam um grande volume de compras em uma companhia aérea, buscando obter cashback de aproximadamente 1%. Após a conversão dos valores em pontos, eles cancelavam as transações, o que gerava o crédito do cashback em suas contas, configurando um prejuízo bilionário à instituição bancária.” disse o Delegado.

O delegado explicou que a ação foi resultado de um trabalho integrado entre as equipes do 19º DIP e o departamento de inteligência da Polícia Civil, com suporte de órgãos do Amazonas e do Estado de São Paulo. A investigação teve início a partir da prisão de outro militar em São Paulo, envolvido em esquema semelhante. A troca de informações interestaduais foi fundamental para rastrear e prender os dois suspeitos em Manaus, um deles detido dentro de um hotel.

Ambos confessaram os crimes e permanecem à disposição da Justiça. Segundo o delegado Ivo Martins, a documentação apresentada pela instituição financeira foi suficiente para comprovar a fraude e garantir a prisão em flagrante dos envolvidos. Ele ressaltou que as ações praticadas pelos militares não estão relacionadas às suas funções na Força Armada, mas sim a atos privados que configuram crime.

É possível ao consumidor realizar compras e cancelar, mas quando o objetivo é obter vantagem indevida em prejuízo de terceiros, configura fraude. As movimentações foram tão grotescas que chamaram a atenção da instituição financeira, que acionou a inteligência policial.

Um dos presos colaborou espontaneamente, enquanto o outro foi capturado em um hotel. Eles usavam centenas de compras canceladas para gerar cashback, que depois era lavado em clubes de viagem e compras online, configurando estelionato eletrônico. “Não se trata de um caso relacionado às Forças Armadas enquanto instituição, mas apenas pelo fato de os envolvidos serem militares. Nosso foco é o fato de que eles lesaram um patrimônio privado.

A Força tem colaborado plenamente, prestando todo o apoio e diligências necessárias, sem qualquer tipo de interferência ou problema. Na prática, eles realizavam centenas de compras canceladas, mas ainda assim recebiam o cashback gerado, que era convertido em dinheiro.” disse Martins.

A polícia reforça que seguirá atuando com rigor contra esse tipo de fraude financeira e agradece o apoio da imprensa na divulgação do caso, que serve para alertar a sociedade e inibir práticas ilícitas semelhantes.

O caso segue em investigação para identificar possíveis outros envolvidos e avaliar o impacto total do esquema.

Divulgação PC/AM

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