Após um ano, um mês e sete dias preso, Cid Marcos Bastos Reis, conhecido como “Pai Marcos”, foi libertado da cadeia por decisão judicial que reconheceu o excesso de prazo da prisão preventiva. Fundador da ONG “Pai Resgatando Vidas”, ele ganhou notoriedade nas redes sociais ao mostrar o resgate de pessoas em situação de rua. No entanto, tornou-se alvo de investigações que revelaram uma série de crimes graves.

A soltura de Marcos ocorre mais de um ano após a operação “O Pai Tá OFF”, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas, que apurou o desvio de mais de R$ 20 milhões arrecadados em doações. O dinheiro, segundo as investigações, foi usado para comprar carros de luxo, imóveis e manter um esquema criminoso. Além disso, ele é acusado de abusos sexuais contra mulheres e menores em situação de vulnerabilidade, em troca de comida, abrigo e kits de higiene.

Depoimentos revelaram que o grupo agia com a participação do filho de Marcos, Wilson Bastos, e do segurança João “Budeu” Vale, que chegou a ser filmado abusando de uma menor. A ONG operava com duas unidades, em Manaus e Iranduba, e se apresentava como um projeto social.

Apesar da libertação, Marcos segue como réu em processos por lavagem de dinheiro, estelionato, exploração sexual e organização criminosa. A defesa alegou que a prisão ultrapassou o prazo legal, mas o Ministério Público ainda pode recorrer. A decisão causou revolta e reacendeu discussões sobre a lentidão da Justiça e a impunidade em crimes contra pessoas vulneráveis. Se condenado, “Pai Marcos” pode pegar até 30 anos de prisão.

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